[Resenha] Planeta Brutal - Raphael Miguel



Olá meus queridos, tudo bem com vocês? Fazia tempo que eu não lia alguma distopia, e confesso que estava um pouco desinteressada no assunto, já que acabei ficando saturada com tantos filmes e livros lançados, e por isso dei uma pausa nessa temática. E hoje eu trago uma distopia incrível, realista, indescritível. Hoje trago a resenha de Planeta Brutal, do nosso autor parceiro Raphael Miguel.



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Planeta Brutal
Autor: Raphael Miguel
Editora: Coerência
Ano: 2017
Gênero: Distopia
Número de pág: 302

Resumo

Em um futuro não muito distante, o planeta já tão destratado pela humanidade finalmente chega ao seu limite, e o "Fim do Mundo" acontece. A Terra é completamente devastada, e poucos são os que conseguiram sobreviver, seja pelo massacre que aconteceu no dia, ou por não conseguir se adaptar ao modo de vida.




Depois do Primeiro Dia, como chamam, muitos animais foram quase ou completamente extintos, o solo se tornou árido e infértil, e boa parte do que existe agora é um enorme deserto. Os que sobreviveram, alguns tentaram se adaptar ao novo estilo de vida em comunidade, convivendo em harmonia e ajudando-se, esses são chamados de clãs. Entretanto, muitos outros, viram ali a oportunidade de fazer o que bem entendessem. Caos, violência, carnificina, massacre, escravidão, eles atendem pela Lei da Sobrevivência. São os chamados Bandos da Discórdia.


"Os estranhos acontecimentos, daquele dia, arruinaram a cidade e, todos que eu conhecia, foram mortos. Perdi todos os meu familiares, meu pai, minha mãe, meus avós, minhas duas irmãs; perdi amigos e meu querido Luccas. Porém, o evento, que chamamos de Primeiro Dia, levou muito mais do que entes queridos e amores perdidos, levou nossa dignidade, nos tirou a humanidade." - pág 20

Em meio a essa realidade desoladora, nós iremos acompanhar alguns personagens, cada um seguindo a sua vida e se esforçando ao máximo para conseguir sobreviver. Uma mulher e sua criança, um assassino, um homem amargurado e um velho esperançoso, em sua jornada talvez infrutífera por esse Planeta Brutal.




O que eu achei

Planeta Brutal é um livro que nos mostra sem censuras o lado mais feio da humanidade. Não existem mais leis, não existem mais um julgamento para os atos mais vis, cruéis e desumanos. A única Lei que existe é a Lei da sobrevivência, que exime de culpa qualquer pessoa que tenha matado em prol de se manter vivo. É essa a realidade desse mundo.

Existem quatro pontos de vista, mas quando os capítulos começam você não sabe de quem é. No início isso me incomodou, mas depois de entender que nomes não definem quem você é, descobrir quem era por suas ações durante a história ficou muito mais interessante. Nessa história não existe data também, porque isso já não importa mais.




"Porém, ignorar e perder o conhecimento obtido por milênios pode ser muito prejudicial à raça humana. O saber é o que nos difere dos animais e das imundices que nos cercavam, ao abandonar a sabedoria, abandonamos a humanidade e nos tornamos feras mortais que agem por instinto, matam semelhantes e destroem a Terra." - pág 93

Gostei muito de como os personagens foram trabalhados. Não irei me ater à detalhes de cada um, porque para mim descobri-los e redescobri-los foi uma das partes mais interessantes do livro. Eles são bem diferentes entre si, e cada um tem um objetivo que os mantém vivos. É a única coisa a que se apegam, agora que todo o resto se foi, e foi de tirar o fôlego vê-los fazer qualquer coisa que precisassem para alcançarem esse objetivo. Eles não se importam com os meios, desde que o fim seja o que queriam, e isso muitas vezes os deixam cegos.Onde não existe uma ordem e o prazer por matar e torturar prevalece, eles não pesam suas ações e quando forem ver, as consequências podem ser mais pesadas do que se pode aguentar. 



Eu encontrei nesse livro, além de uma história, muita reflexão. Ter todo um mundo, um estilo de vida completamente dizimado tira qualquer um do eixo. Você não tem mais a infraestrutura, a comodidade, a segurança, e mais do que conseguir sobreviver nesse ambiente inóspito, se você consegue fazer o que é necessário para continuar vivo. É nesse lugar que os humanos encontram com o pior que existe dentro de si, com seus instintos mais primitivos. 


"[...] O som é irritante aos meus ouvidos, mas parece agradar às massas. Acho que esse é o intuito no fim das contas, agradar àqueles que já estão mortos e que ainda não se deram conta." - pág 202

Raphael nos mostra um cenário seco e cruel, e como as pessoas se modificam dentro desse lugar, até se tornarem irreconhecíveis, desumanos. Sua escrita é bastante detalhada e dinâmica, especialmente durante os combates (e olha que existem muitos!), e ele nos guia por várias reviravoltas até um clímax alucinante que vai te fazer prender o fôlego. Porém, para mim a história ficou em segundo plano, já que me interessei muito mais em acompanhar os personagens do que em realmente saber que fim iria ter.

A edição está um primor também. A capa em tons quentes, amarelos e alaranjados, com a nossa principal protagonista em meio ao deserto, te dá uma ótima visão da ambientação que o autor criou. Por dentro as folhas são amareladas, a fonte bem gostosa de ler e conta ainda com várias ilustrações que completam super bem a história.




"O modo como Kaiara encara o problema começa a me dar náuseas. É evidente que a mulher sabe que fez algo imperdoável, mas tenta se segurar na justificativa do que julga ser justo. Não sei o que pensar. Provavelmente, estamos mesmo em uma realidade dura e cruel ao ponto de corromper qualquer ser vivo." - pág 250

E se você ainda é daqueles que gosta de ler com música, no final (eu não fiquei sabendo até acabar, então já estou avisando!) existe uma playlist para imergir completamente nesse mundo, assim como um mapa mostrando onde ficam os lugares que visitamos ou são citados durante os capítulos.




Conclusão

Esse livro foi incrível, do começo ao fim. Raphael montou o espaço, jogou nossos personagens ali e nos guiou com maestria. Além de uma ótima história com muita ação, nos faz refletir e pensar se esta fosse uma realidade futura, será que conseguiríamos sobreviver? Será que iríamos querer viver? Eu recomendo muito que você entre nesse Planeta Brutal, e se deixe engolir por uma realidade que talvez não esteja tão longe quanto pensamos estar. 




Onde adquirir: Saraiva | Loja Coerência | Amazon ebook

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Até a próxima e tenham ótimas leituras!

Beijos



15 comentários

  1. Oi Raquel, tudo bem?
    Eu amo distopias, ano passado li várias delas e fiquei cada vez mais apaixonada pelo gênero.
    Pela sua resenha, percebi que o mundo criado pelo Raphael, pode se tornar o nosso mundo um dia, porque o seres humanos não estão cuidando da natureza como ela merece. Estou muito interessada em ler o livro e saber qual o destino desses personagens.

    Amei as fotos, ficaram lindas!

    Beijos e abraços
    http://vickyalmeida.blogspot.com.br/

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  2. Parabéns pela resenha, você escreve muito bem.
    Na minha opinião a história do livro é bem intensa, confesso que eu não leria, essas coisas de fim do mundo, de perdas... Enfim... Não consigo!

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  3. Gostei muito de sua resenha, está muito detalhada e consegue transmitir todo o clima do livro. Confesso que histórias futuristas não são o meu estilo preferido de leitura, mas para quem gosta do gênero encontrará em Planeta Brutal um atraente entretenimento.

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  4. Olá!
    Adorei a sua resenha! Comecei a ler mais distopias ano passado e gostei bastante. Adorei a forma como descreveu o livro, me deixou bem angustiada e gostei dos detalhes de não haver data e que os nomes não definem quem somos.
    Com certeza esse livro vai pra lista de desejados e espero ler logo!
    Obrigada pela indicação!
    Beijos

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  5. Me parece um livro muito bom que alia um pouco de ficção e reudade como se fosse um filme...
    Parabéns .

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  6. Oi Raquel! Eu AMO distopias e não consigo enjoar hahaha
    Achei a premissa bem legal e fiquei curiosa. Achei o modo da marrativa, sem indicar quem está narrando, bem diferente! Me chamou bastante atenção.
    Gosto do fato dele ser nacional também. Adorei sua resenha,fiquei com vontade de conhecer Planeta Brutal. Beijos

    https://almde50tons.wordpress.com

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  7. Parabéns pela resenha, esse livro do Raphael ja esta na minha lista de leitura e ver sua opinião sobre ele me ajudou muito na escolha de minhas próximas leituras. Obrigado pela indicação.

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  8. Olá, Raquel!

    Gostei muito de seu texto, e também gostei de você não ter caracterizado cada personagem do livro. Concordo com você que isso acaba atrapalhando a nossa experiência ao ler o livro, e também penso que acabamos montado imagens próprias antes mesmo de iniciar a leitura.
    O tema do livro é bem interessante, e a forma como a narrativa foi montada é super interessante!

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  9. Oi Raquel, tudo bem?

    Já vi muitas pessoas elogiando a escrita do Raphael e tenho muita curiosidade em conhecer, sua resenha só me despertou mais curiosidade. Sou mega fã de distopia, pois gosto de ver como o autor imagina o "fim do mundo" e como irá criar o seu próprio universo. Eu adorei saber que o Raphael foi pegar a parte feia da humanidade, aquela que ninguém quer retratar. Parece ser um excelente livro e essa capa é maravilhosa. Amei!

    Beijos!

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  10. Oi Raquel, tudo bem? Faz bastante tempo que conheço o Raphael mas infelizmente ainda não li nada dele. Vi muitas pessoas comentando sobre esse e outros livros e sempre fica aquela pontinha de curiosidade. A única distopia recente que acompanhei foi Divergente e confesso que gostei bastante do enredo. É incrível quando o autor consegue nos levar para um lugar inimaginável e nos faz criar nossa própria versão da história. Realmente essa edição ficou incrível, ótima resenha. Beijos da corujinha, Érika =^.^=

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  11. Oi, Raquel, tudo bem?

    Olha assim como você abri mão de leitura de livros distópicos porque percebi que estavam todos se igualando de alguma forma. Sempre a mesma coisa, praticamente, contada por personagens e narradores diferentes.

    Sobre o livro em questão não consegui me conectar tanto, Achei estranho essa coisa de fim de mundo. Teve o fim de mundo e pessoas sobreviveram a ele. Como assim? Isso não era pra ser o fim? Não entrou na minha cabeça, algo para mim não se encaixou. Mas que bom que a leitura foi satisfatória para você.

    Bjão.
    Diego, Blog Vida & Letras
    www.blogvidaeletras.blogspot.com

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  12. Olá!Tudo bem?
    Conheço a editora,mas não o livro.Sou bem apaixonada por distopias creio que elas passam uma realidade que pode chegar um dia com as atitudes de poder.
    Esse livro em especial tocou de um jeito diferente logo por as pessoas não serem citadas e vc ter que descobri a parti das características.
    Adorei a resenha e amei o livro.
    Beijos

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  13. Oi Raquel, estou muito interessas em ler este livro já tinha ouvido falar pois foi uma amiga minha que fez a revisão e portanto ela já tinha falado dele comigo. A editora também tenho visto muita coisa boa sendo dito sobre ela. E claro que ele já esta na minha lista. Não sou apaixonada por distopias mas gosto bastante de autores nacionais contemporâneos. Beijos

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  14. Oi, Raquel, como vai?
    Meninaaa, que livro incrível! Só pela sua descrição já sei que quero lê-lo. Amo distopia e esse livro parece bem impactante e bem cru. Me lembrou de um de conto que li faz um tempinho chamado "É proibido comer a grama" e que traz o ser humano sem máscara e sem maquiagem. Não é distopia, mas é muito bom.

    beijos
    https://eusouumpoucodecadalivroqueli.blogspot.com.br/

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  15. Ooi Raquel, beleza?
    Mais do que interessada em ler, eu fiquei encantada na sua resenha! Muito bem feita e explicativa. Além de contar o necessário sobre o livro, trouxe o que você sentiu durante a leitura e o que aprendeu, em forma de opinião. Só por sua resenha e pelo gênero eu já arriscaria uma leitura, haha.
    Parabéns!! ♥

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