[Resenha] A Guerra que salvou a minha vida - Kimberly Brubaker Bradley


Olá queridos, como estão?

Hoje venho trazer a resenha desse livro maravilhoso que li em conjunto com a Raquel e a Nick. Foi bem bacana a experiencia de mais um livro em conjunto e pode compartilhar as opiniões durante e depois da leitura.

Esse livro eu estava com expectativas altas, pois só via amor sendo espalhado pela história e personagens, então sem mais delongas vamos a resenha!


Sinopse:

Ada tem dez anos (ao menos é o que ela acha). A menina nunca saiu de casa, para não envergonhar a mãe na frente dos outros. Da janela, vê o irmão brincar, correr, pular – coisas que qualquer criança sabe fazer. Qualquer criança que não tenha nascido com um “pé torto” como o seu. Trancada num apartamento, Ada cuida da casa e do irmão sozinha, além de ter que escapar dos maus-tratos diários que sofre da mãe. Ainda bem que há uma guerra se aproximando. Os possíveis bombardeios de Hitler são a oportunidade perfeita para Ada e o caçula Jamie deixarem Londres e partirem para o interior, em busca de uma vida melhor. 


Ada nos narra sua triste vida, a menina com pouco mais que 10 anos vive trancafiada num quarto tendo a própria mãe como carcereira, o motivo é seu pé torto que a mãe abomina e faz questão de sempre lembrar isso. A menina não sabe andar e não pode usar o banheiro comunitário e se desobedecer às regras, a mãe se prontifica a dar a punição correta que varia entra surra e noite no armário debaixo da pia na companhia de baratas. Sua única família é seu irmão mais novo Jamie, que apesar de morarem no mesmo teto conta com algumas regalias, como poder sair de casa.

No início Ada nos conta como foi difícil ver seu irmão sair e ir brincar com as outras crianças, aprender coisas novas e conhecer lugares diferentes e ela não poder fazer nada disso e ainda ficar sem a única companhia que tinha, a menina chega ai ponto de tentar impedi-lo de voltar para a rua mas acaba cedendo e fica esperando que volte todos os dias com coisas novas para lhe contar e mostrar.

Travando sua própria guerra, Ada resolve que precisa aprender a andar, a menina pensa que se conseguir a mãe irá amá-la e deixará que saia de casa se esconder seu pé. Ela se esforça muito para conseguir ficar em pé e dá seus primeiros passos sempre tendo em mente poder estar mais próxima de Jamie. 

  
Com os rumores de guerra surgindo no horizonte, Ada vê a chance de se livrar da sua atual situação de sobrevivência e finalmente poder viver. Vendo a chance de poderem ter uma vida melhor Ada dá um jeito de pegar o trem junto com as crianças que estão sendo evacuadas para o interior como medida preventiva aos bombardeios. 

Agora que sabe andar e Jamie conhece o caminho, os irmãos saem cedinho para encontrar as outras crianças. Este será o primeiro contato de Ada com o mundo exterior que não fora feito pelo beiral de sua janela e o primeiro passo para um lar de verdade.


Chegando ao vilarejo, as crianças precisavam ser escolhidas para seus lares provisórios e por obra do destino Ada e Jamie vão parar aos cuidados de Susan, uma moça solteira que vive sozinha em sua casa com a companhia de seu luto eterno. A chegada das crianças irá mudar e muito a vida dela, mas isso não quer dizer algo ruim. 

Logo a convivência irá afastar fantasmas do passado, ensinar coisas sobre a vida e fará com que os três tenham a oportunidade de se reinventarem. 


Não vou contar mais para não estragar o desenvolvimento que a história tem, mas posso dizer que este livro não é do tipo que se lê só com os olhos, tem que ser lido com o coração (como estou emotiva haha) pois o que a autora criou aqui é totalmente impactante.

Não é segredo para ninguém que amo histórias narradas e protagonizadas por crianças, amo a sinceridade e simplicidade que as coisas se desenvolvem e ler este livro me deu a oportunidade de conhecer protagonistas totalmente cativantes e que me fizeram torcer muito por eles.


Ada coberta por sua armadura de anos de medo somados com seu jeito ranzinza e protetor de ser, se mostrou uma guerreira forte e determinada que foi alcançar seu direito de viver e sonhar, é visível o amadurecimento da personagem no decorrer da história e temos isso trabalhado de forma sublime.

Jamie é um menino inocente que ainda está desenvolvendo seu caráter e por isso as vezes fala ou faz coisas não muito legais, mas apesar disso os dois juntos trazem uma lição linda de parceria e companheirismo entre irmãos.

Um dos meus personagens favoritos foi sem dúvida a Susan, ela é totalmente além de seu tempo, fez faculdade e gostaria de trabalhar se os cargos não fossem ocupados só por homens. Apesar de não saber lidar com crianças ela tenta ao máximo educar, alimentar e dar carinho a Ada e Jamie. Apesar de ter seus próprios fantasmas para lhe deprimir, Susan vai achando forças para dar seu melhor aos irmãos e essa atitude é sem dúvida o que me fez apaixonar por ela.

Se por uns morri de amores, pela mãe só foi puro ódio mesmo. O relacionamento de Ada com a mãe é totalmente opressor e muitas vezes vamos ler palavras totalmente perturbadoras sendo jogadas em cima da menina por simplesmente ter uma deficiência e isso na cabeça da mãe, trazer vergonha e desonra. É impossível sentir algo diferente do que a vontade de tacar essa mulher escada abaixo, a autora fez um trabalho muito bom em trazer tudo que há de ruim de um ser humano para criar a mãe.


A história é tão densa e bem construída que li o livro inteiro esperando pelo pior, principalmente pela Guerra e o nazismo estarem como segundo plano, mas a própria guerra de Ada para superar os abusos e entender que "Yes, You can!" é o que me fez migrar de página em página com voracidade.

A escrita da autora também é um ponto pra lá de positivo, mesmo eu não curtindo muito narrativas em primeira pessoa, não me incomodei aqui pois a Kimberly soube desenvolver e guiar a história de modo que tudo parecesse natural, a introdução das rotinas e ações do governo durante a guerra ajudaram a inserir realismo a narrativa além de representar uma via de mão dupla que se torna uma no fim.


Mesmo com um segundo livro dando continuidade a história a autora se preocupou em finalizar todas as pontas soltas e nos presentear com um final completo e emocionante. E isso foi essencial para favoritar o livro completamente. <3 

A edição como podem ver nas fotos é linda, cada detalhe da capa é um mimo e nas páginas isso não é diferente, as letras são confortáveis e as folhas amarelinhas e porosas como eu amo!


Eu amei realizar essa leitura, e recomendo muito este livro que vai te inserir num enredo envolvente, com personagens carismáticos que amadurecem muito no desenvolvimento e te emocionará na conclusão. Um livro para se ler com os olhos e com o coração!


Considerações da Raquel

Pegar um livro como "A guerra que salvou a minha vida", cujo várias pessoas são só elogios, dá até aquele friozinho na barriga. Porque suas expectativas de alguma forma vão estar altas, ao menos no meu caso. Mas posso dizer que, apesar de não ter sido como eu imaginada, ele atendeu às minhas expectativas com louvor. Falar sobre guerras nunca é fácil, especialmente sob o ponto de vista de uma criança. Ada é uma garotinha já calejada por alguém que deveria ser um porto seguro, sua própria mãe. E ver como o acontecimento de uma guerra a salvou de ser uma prisioneira para o resto da sua vida nos faz terminar a leitura com um sorriso. Foi maravilhoso ver a transformação que essa garotinha que passou sua vida toda sendo tratada como inválida, descobrir que tudo o que ela precisava era de uma oportunidade. Uma oportunidade de tentar, de provar, de amar e ser amada. Eu recomendo fortemente este livro para todo mundo, e estou muito ansiosa para ler o próximo.

Nota:

Adquira:

E é isso queridos, espero que tenham gostado da resenha, me contem se já leram ou gostariam de ler este livro!

Se gostou do conteúdo siga o blog e assine nossa NewsLetter para ficar por dentro das novidades!

Um até logo e beijos de luz!

Nenhum comentário