[Resenha] A Maldição de Long Lankin - Lindsey Barraclough

Olá queridos, como estão?

Hoje cheguei com uma resenha que estava empacada há meses. "A Maldição de Long Lankin" ganhei de aniversário ano passado e comecei a ler uns 2 meses depois. Demorei bastante pra entrar no ritmo das coisas desse universo mas não foi de tão mau haha.

Nota:

SINOPSE: Quando Cora e sua irmãzinha, Mimi, são enviadas para a casa da tia-avó, no isolado vilarejo de Bryers Guerdon, não recebem calorosas boas-vindas e ficam desesperadas para voltar para Londres. A vida de tia Ida foi devastada da última vez que duas meninas estiveram em Guerdon Hall, e agora a chegada das sobrinhas-netas desperta um mal que permanecia à espreita havia anos.

"Percebo que ela está esfregando a bochecha com um brinquedo velho, imundo, um boneco de pelúcia. Olho mais atentamente e uma onda de ansiedade me invade. Já vi aquele boneco antes. Meu coração dispara. Minha cabeça parece estar sendo apertada num torno. Elas não podem ficar aqui. Elas não devem ficar aqui." - Pag. 30

Tudo começa com Cora e Mimi sendo levadas para a casa da tia- avó, lugar onde não são bem vindas. A viagem de ida é horrível, com um motorista amigo do pai das meninas as levando totalmente contrariado por dever um favor ao pai de Cora. No meio do caminho Cora e Mimi seguem sozinhas caminhando por uma estrada de terra totalmente lameada. 

Chegando na casa a recepção não é nem um pouco calorosa, aquele tipo "Quando vão embora?" A tia Ida é uma velha carrancuda e mal humorada que no começo não trata as meninas de uma forma muito amistosa. Porém com o decorrer do tempo ela vai fazendo pequenas demonstrações de afeto que muitas vezes quase não são percebidas pelas meninas.

Logo quando chegam Cora já estranha a casa velha, com janelas sempre fechadas com pregos, retratos assustadores nos cômodos, e muitas portas mantidas fechadas. Para completar, tia Ida dita uma série de regras para que as meninas permaneçam morando na casa até o pai ir buscá-las.

"Passei um tempo tentando decifrá-las, mas aí ouvi algo; algo jamais ouvido. Pouco a pouco, minha nuca se arrepiou. 'Onde está o dono desta casa?', perguntou Long Lankin. 'Viajou para Londres', respondeu a falsa ama-seca." - Pag. 147

Em pouco tempo Cora e Mimi fazem amizade com dois meninos na estradas, os irmãos Roger e Peter que são dois aventureiros da região. Contam sobre suas aventuras para as meninas e as convidam para conhecer a igreja abandonada da cidade. Cora gosta da ideia e se junta aos novos amigos, mesmo a tia sendo clara na regra de "Nunca ir a igreja abandonada". Mimi fica com medo mas Cora a leva mesmo assim.

Aos poucos Cora e Mimi vão conhecendo a família de Roger, que é relativamente grande e passando mais tempo que deveriam na igreja. Até que coisas realmente estranhas começam a acontecer no terreno em volta da igreja que é recheado de túmulos , inclusive na casa onde Cora e Mimi moram com a tia. Mimi começa a conversar com uma moça que só ela vê, Cora começa a sentir o perigo se aproximando quando vê o espirito de um velho na igreja e um historia antiga é desenterrada novamente. 

Só os adultos sabem o que realmente esta acontecendo, uns pelas histórias que contavam quando pequenos, outros que vivenciaram os mesmos acontecimentos tempos atrás. Uma lenda temida por todos do vilarejo de Bryes Guerdon, fatos que foram encobertos pelo tempo. Algo que envolve perigo real para crianças, e talvez seja tarde de mais para se fazer alguma coisa para impedir mais um desastre. 

"Embora Roger tivesse me contado sobre o garotinho estranho que vira no cemitério, não tenho certeza se acreditaria em mim se eu lhe contasse sobre Kittie. Sou Kittie." - Pag. 158

O livro é narrado por 3 personagens e sempre é deixado claro quando se troca de narrador-personagem. Confesso que no começo me senti um pouco desestimulada pela narração de Cora não condizer com a personagem, por ser de forma madura demais para uma criança. Apesar disso acostumei no decorrer do livro e percebi que faz sentido essa narração mais séria para Cora. Ela é uma personagem que foi obrigada a amadurecer rápido demais, sendo obrigada a cuidar da irmã mais nova, não transparecer fraquezas frente a diversidades que cercam sua vida e ainda assim ser uma criança.

Contrastando com a realidade de Cora, está Roger e sua narrativa mais leve e despreocupada, apesar de ter muitos irmãos não lhe é cobrado muitas responsabilidades e sua maior preocupação é não dividir suas balas com os irmãos. 

Tia Ida é uma incógnita na maior parte do livro. Não se sabe ao certo o que esta passando na cabeça dela, ou de que lado ela esta (se dos mocinhos ou dos vilões), suas partes narrativas são confusas e só vamos descobrindo mais sobre a personagem quando o mistério vai sendo desvendados por Cora e Roger. 

"Então, de dentro dele, através dos lábios que mal se movem, sai um voz, uma voz fina e distante, que parece nos alcançar de um imenso mar de tempo, de outra terra a milhões de quilômetros. Saiam deste lugar, diz ele, a voz vindo de um lugar distante, de outro mundo. Ele voltou a perambular. Saiam deste lugar. Levem a criança embora. Ele esta caçando. Vai encontra-la." - Pag. 213

Eu vi como ponto forte a forma como a autora trabalhou os personagens, todos tiveram seu espaço e as personalidades em nenhum momento se percebe mudanças bruscas. A narrativa particular de cada um deles ajudou e muito na construção do personagem na hora da leitura.

Confesso que no começo foi meio monótono o desenvolvimento da história, só foi melhorar mesmo da metade para o fim (melhor que ao contrario não é mesmo?!) porém em contra partida o final foi bem melhor do que eu esperava, o ritmo acelerou e os fatos tiveram aquela adrenalina que trás emoção pras coisas haha. Mesmo assim na minha opinião faltou um desfecho real para os personagens e sobre seus destinos. 

"Não era velha, mas parecia, como todo mundo nos pântanos naquele tempo. Vivia doente e todos os seus bebês morreram antes de nascer. Quando aquela criança feia surgiu e sobreviveu, ela achou que as bruxas tinham trocado seu filho por aquela criança defeituosa. Botou um nome amaldiçoado nele porque ele não era dela e não o queria. Chamou-o de Cain." - Pag. 343

A atmosfera do livro se manteve bem densa e de certa forma sombria, inclusive nos momentos mais leves da trama o que também foi um ponto positivo para a autora que conseguiu manter a atmosfera de modo que se conectasse com a trama toda.

Eu sou a pior pessoa para ler terror, pois tenho medo de poucas coisas (insetos ou aquelas mensagens de "Transação não aceita" haha) mesmo assim gostei da leitura de "A maldição de Long Lankin" e recomendo para quem gosta de suspense, sobrenatural e livros baseados em lendas ou cantigas antigas.

Espero que tenham gostado da resenha de hoje queridos!

Já leu este livro? Comenta com a gente o que achou dele!!

Um até logo e beijos de luz!