[Resenha] O telefonema que não fiz - Jonas Zair

Olá meus queridos, tudo bem com vocês? Espero que sim! Sabe aqueles livros que você espera alguma coisa, mas quando você lê é algo completamente diferente do que você tinha imaginado, e te surpreende de alguma forma? Pois foi exatamente o que aconteceu comigo, quando li "O telefonema que não fiz", do meu parceiro Jonas Zair.

Quer saber por que fiquei surpresa? Então desce um pouco e vem ler a resenha dessa história incrível!

O telefonema que não fiz

Autor: Jonas Zair

Editora: Skull

Ano: 2018

Número de páginas: 242

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Resumo

Júlia é uma moça que praticamente não deixou a adolescência, mesmo já estando com seus 26 anos de idade. Ela está na faculdade de veterinária, um trabalho em um dos melhores hospitais da cidade e um namorado extremamente atencioso e companheiro. Porém, sua rotina ainda é regada em bebidas, festas e baladas, e um egoísmo tremendo.

Após curtir muito a noite no meio da semana e acordar atrasada para o trabalho, tudo o que tinha que acontecer de ruim parece acontecer. Ela briga com seu namorado pela falta de compromisso, leva uma bronca da supervisora e é avisada de que não teria próxima vez. Para completar, como "punição", ela recebe algumas tarefas extras que precisariam ser feitas no dia, e isso quer dizer sair mais tarde justo no dia em que sua prima chamou para uma festa na praia. Cansada e estressada, ela larga o trabalho no meio, imaginando que não deveria ser nada tão importante assim que não pudesse ser resolvido na segunda-feira.

Mal sabe ela o quanto ela estava enganada.

O que eu achei

Infelizmente alguns resumos são curtos porque não gosto de fazer minhas resenhas com spoilers. Sei que muitas pessoas se incomodam com isso, e por essa razão eu tento deixa-los de fora o máximo possível. Mas caso vocês não se incomodem, comentem aqui comigo, posso começar a falar um pouco mais do conteúdo da história!

Iniciei a leitura pensando que talvez iria seguir um pouco a linha de "Relatos de sangue", e realmente, ele é um pouco parecido já que os dois são incrivelmente intensos quase o tempo todo, e você só consegue se acalmar quando lê a última página, rs. Fora isso, o livro possui uma outra pegada, que a princípio me deixou um pouco sem chão e fiquei sem entender o propósito daquela narrativa, até as coisas serem esclarecidas de uma vez. E nossa! Que mensagem linda, forte e impactante que ele trás.

Júlia é a nossa narradora, e já no começo parece estar em apuros por algo que fez (ou no caso, esqueceu de fazer) e agora está enfrentando as consequências. Então ela passa a nos relatar tudo o que aconteceu até chegar a este momento. Ela mesma já se intitula mimada, e não tenho como discordar dela. Tudo parece ser centrado nela e em como ela se sente, ignorando completamente as outras pessoas com quem ela interage durante o dia, inclusive seu namorado e sua família. Muitas de suas atitudes chegaram a me tirar do sério.

E depois que ela descobre o erro que cometeu, a ansiedade e o nervosismo acabam deixando ela completamente cega e suas ações continuam impensadas. Foi muito difícil sentir alguma empatia por ela em 90% do livro, eu só queria que ela parasse pra refletir antes de resolver fazer alguma coisa, mas Júlia é o tipo de pessoa que age passionalmente, e não racionalmente.

Esse livro falou muito comigo sobre arrependimentos, medos, convívio, compaixão, recomeço, amor ao próximo e principalmente sobre o perdão. Perdoar é um (senão o maior) ato de amor que nos exige muita coragem, e que não é fácil. Especialmente quando precisamos perdoar a nós mesmos. É algo que requer uma prática constante, e que é necessário para que consigamos seguir em frente. Ler o livro já é uma prática, porque confesso que demorei um tempo para conseguir perdoar Júlia, depois de ler todos os erros que ela cometeu até chegar ao final.

Além disso, buscando o perdão pelo que se culpava, ela acabou descobrindo como nós, com coisas pequenas como um "bom dia" pode deixar o dia e a vida das pessoas mais leve e mais alegre. Saber que podemos fazer a diferença com pequenas gentilezas é extremamente gratificante. 

Jonas também toca em um assunto que ainda não é muito falado hoje em dia: a doação de órgãos. Ele mostra através dessa história em como ela é de extrema importância para as pessoas que possuem problemas que só podem ser sanados através desse gesto altruísta, e que isso pode salvar a vida de muitas pessoas que ainda farão grandes coisas em sua existência. Me imagino no lugar de uma dessas pessoas, sofrendo de um mal que não posso fazer nada a respeito, e que minha vida depende de conseguir um doador compatível (ainda tem essa) e que essa doação chegue a tempo de me encontrar viva. É desesperador pensar nisso, e saber que posso fazer algo para mudar o destino de pelo menos uma pessoa já faz esse gesto lindo valer a pena.

Resumindo, eu amei fazer a leitura desse livro, e embora não tenha encontrado o que estava esperando, acho que me deparei com um tesouro muito maior, e que espero levar para a minha vida toda. E se você ainda está em dúvida se vai ou não ler esse livro, saiba ainda que a diagramação, a capa, todo o trabalho gráfico está de cair o queixo! Eu recomendo muito que você leia e se emocione com a história de Júlia. Todos nós podemos encontrar uma Júlia ao longo da nossa vida, e podemos até acabar sendo a Júlia para alguém. O importante é que podemos sempre aprender com nossos erros e crescer, e descobrir um sorriso em cada pequeno gesto que façamos aos outros.

Nota:

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Vocês gostam de livros assim, que tenham mensagens maravilhosas para passar ao leitor? Já leram ou pretendem ler esse livro? Comente aqui comigo!

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Até a próxima e tenham ótimas leituras!

Beijos,